quinta-feira, 16 de agosto de 2012

regresso a este sitio

com um pouco de nostalgia
uma pitada de esperança
um repuxo de tristeza 
e um esboço de alegria
regresso a este espaço virtual
esquecido foi durante algum tempo

o que o motivou não sei
mas também não faço questão de o saber
apenas sei que aqui estou
uma outra vez
muitas outras mais ainda.

porque hoje? não sei a resposta
voltei. aqui estou mais uma vez ...

Maria

o ausente


 
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes

Sophia de Mello Breyner